terça-feira, 8 de outubro de 2013

Dias cinzas




 O meu relógio marca agora um pouco mais de sete horas da noite, já faz uma semana que não recebo mensagens suas, nenhum telefonema. Minhas costas doem, mas não consigo me levantar desta cadeira, não há nada que faça o menor sentido, ando sem motivos para continuar. Ainda estou aqui me perguntando por que me levantei da cama, fico aqui olhando pela janela esses dias cinzas, chove e eu choro pois ainda me dói.
Estou cansada fisicamente e psicologicamente, a dor imensurável não vai embora, é insistente. E já faz uma semana que transbordo e essas lagrimas me aliviam e fazem doer, este choro é a prova de que continuo a viver e ao pensar nisso meu coração sufoca, como aceitar a tua morte? ... E ainda chove.
  Meu café sobre a mesa já se esfriou, seguro essa xícara querendo segurar a tua mão, a chuva aumenta, continuo a transbordar em meio as lagrimas, sinto frio, me vejo vazia, não consigo me mover, me sinto fraca para olhar pra a mundo.
 O relógio marca quase oito horas, não sinto fome, não sinto a vida, o telefone ainda não tocou, sei que não vai tocar, você já não pode me ligar. Mas ainda espero. Estou exausta, não quero ir lá pra fora encarar a tua ausência, essa falta de você que me tornou um caos; já não tenho sido eu, já nem sei se sou, a verdade é que me perdi quando o seu coração parou.  Tua perda me envolve em dor. 

 Você se foi, está em paz, mas eu ainda vivo com a sua dor.

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